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segunda-feira, 10 de julho de 2023

“Mais poder para as mulheres. E a Igreja sobre os casais homossexuais não pode apenas proibir”. Entrevista com Dom Victor Manuel Fernández

É preciso garantir maior "poder" às mulheres na Igreja. Palavra do novo prefeito do ex-Santo Ofício, o argentino Victor Manuel Fernandez. Primeiro latino a ocupar o cargo que foi de Joseph Ratzinger, teólogo atento à exegese bíblica, uma longa experiência como pároco, o arcebispo não esconde que terá inimigos que tentarão “prejudicá-lo de todas as maneiras". E não descarta a possibilidade de rever a proibição de abençoar os casais homossexuais sancionada no passado pelo mesmo dicastério que agora é chamado a fazer evoluir.Eis a entrevista.: Na carta que acompanha a sua nomeação, o Papa escreveu que o dicastério “em outras épocas chegou a usar métodos imorais”: no futuro os “erros doutrinários” não serão corrigidos?
O significado mais profundo dessas palavras não é fazer um comentário histórico. É claro que hoje o Vaticano não se comportaria como nos tempos da inquisição.
O que Francisco menciona quer expressar que a doutrina não deve ser cuidada tanto por controles, sanções, proibições, mas acima de tudo aumentando a nossa compreensão dela, aprofundando-a, fazendo aflorar toda a sua riqueza no estudo e no diálogo entre os teólogos, mas também no diálogo com o mundo atual.
Acredita que no futuro será possível rever a proibição de abençoar casais homossexuais sancionada pelo seu dicastério?
Acredito que há sempre a possibilidade de esclarecer, enriquecer, melhorar e talvez deixar com que seja mais bem iluminada pelos ensinamentos de Francisco.
O senhor compartilha a crítica daqueles que consideram a moral sexual católica um conjunto de “não” distante da realidade?
Existe sempre o risco de transformar a moral em meras proibições e isso não a tornará atraente ou convincente. É sempre melhor mostrar primeiro a beleza da proposta, o objetivo, o ideal a realizar, o banquete que Deus nos serve.
Acredita que no futuro será possível repensar o papel da mulher na Igreja?
Certamente. Não será preciso para isso focar a discussão no acesso das mulheres à ordem sagrada. Seria um empobrecimento da proposta. Trata-se de aprofundar e explicar muito melhor o lugar específico das mulheres, a sua contribuição mais própria. Mas é verdade que se essa reflexão não tiver consequências práticas, se não se colocar a questão do poder na Igreja, se não for capaz de conceder às mulheres espaços onde elas possam ter uma maior incidência, essa reflexão será sempre insatisfatória.
Como reage quando retratam o senhor como “progressista”?
Não me sinto representado por essa palavra que tende a ter um viés de superficialidade, de busca obsessiva pela mudança, de desprezo pela riqueza que a história nos deixa, de paixão pela novidade como se o novo fosse sempre melhor que o velho. O que me interessa é que a teologia possa falar ao homem de hoje, que possa ser assumida como uma luz para a própria existência.
No Facebook, o senhor escreveu que está ciente de que terá "muitos contra", pessoas "em guerra com o mundo”: quem são? Onde estão? Como vai lidar com eles?
Veja bem, adoro a variedade, a riqueza, as contribuições que vêm de todos os lados. Por exemplo, eu não celebro a missa em latim, na sua forma tradicional, acho que a maioria das pessoas hoje não se sinta atraída por ela, mas gosto de assisti-la e não me incomoda que agrade a alguém. Mas não aceito que me condenem porque celebro missa em espanhol. O problema são as pessoas que querem impor uma maneira única de fazer teologia, uma maneira única de expressar o pensamento cristão.
Obviamente quem é assim não vai conseguir me tolerar e é possível que alguém tente me prejudicar de toda as maneiras. Mas sempre repito esta oração muitas vezes ao dia: "Proteja-me, Senhor, eu me refugio em Ti. Eu confio em Ti, não ficarei desapontado". Eu gostaria de dizer essas palavras para proteger-me dos furiosos anticatólicos, lamento ter que as dizer para me proteger de meus irmãos na fé.
O senhor inicialmente recusou a nomeação porque não se sente "preparado ou qualificado" para enfrentar o problema dos abusos em menores, que, no entanto, é uma crise da maior importância, e que aceitou, afinal, porque a questão é tratada por uma seção "bastante autônoma" que, no entanto, fica sob sua responsabilidade.
Essa seção tem excelentes especialistas. Alguns eu conheço e estimo muito. Acredito que não tenha sentido fazer com que desperdicem seu tempo com minhas opiniões. Justamente pela importância que essa questão tem hoje para a credibilidade da Igreja, acho que a melhor coisa que posso fazer é deixá-los livres para trabalhar. Isso não significa que eu os esquecerei ou os abandonarei. Eu lhes darei a ajuda que pedirem e estarei atento às suas necessidades. Mas orientarei meu tempo e meus esforços para aquilo para o qual me sinto seguro e preparado, ou seja, a teologia.
A entrevista é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por La Repubblica e Caminho Político.
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