O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, respondeu neste domingo (19) às duras acusações feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o classificou como “líder do tráfico de drogas”. A reação ocorreu em uma série de postagens nas redes sociais de Petro, em que ele rejeitou as alegações e acusou Trump de “grosseiro e ignorante” em relação à Colômbia. No texto, Trump afirmou que Petro “incentiva fortemente a produção em massa de entorpecentes” em várias regiões da Colômbia e ameaçou suspender repasses de recursos norte-americanos destinados ao combate às drogas. O presidente dos EUA ainda alertou que, caso Bogotá não encerre imediatamente os cultivos ilegais, Washington poderá agir de forma unilateral, “e não será de maneira agradável”.
Petro: “Jamais fui negociante, muito menos narcotraficante”
Em sua resposta, Gustavo Petro rejeitou as acusações e destacou que sua trajetória política é incompatível com interesses ligados ao narcotráfico.
“Jamais a Colômbia foi grosseira com os Estados Unidos, ao contrário, sempre admirou sua cultura. Mas você é grosseiro e ignorante com a Colômbia”, escreveu o mandatário, dirigindo-se diretamente a Trump.
O presidente colombiano também ironizou o fato de o norte-americano desconhecer a literatura latino-americana: “Leia Cem Anos de Solidão, como fez seu encarregado de negócios em Bogotá, e com certeza aprenderá algo sobre a solidão”.
Petro reforçou seu posicionamento político e ideológico: “Eu não faço negócios como você. Eu sou socialista, acredito na ajuda, no bem comum e nos bens comuns da humanidade, o maior de todos: a vida, colocada em risco pelo seu petróleo. Se não sou negociante, muito menos narcotraficante. No meu coração não há ganância”.
Para o colombiano, o narcotráfico é fruto direto da lógica capitalista que privilegia a busca por lucro acima da vida. “Um mafioso é um ser humano que condensa o que há de pior no capitalismo: a ganância. Eu sou o contrário, um amante da vida e, por isso, um guerreiro milenar da vida. A ganância nos persegue, mas a vida é mais poderosa”, declarou.
Escalada diplomática e tensões na região
As trocas de acusações ampliaram a tensão diplomática entre Bogotá e Washington. Trump não detalhou quais programas de cooperação serão suspensos nem os valores envolvidos. Tampouco explicou de que maneira os Estados Unidos poderiam intervir em território colombiano.
A ofensiva do governo norte-americano se insere em um quadro mais amplo de pressões sobre países latino-americanos. Recentemente, Trump determinou o envio de mais de 10 mil soldados para o Caribe, próximo à costa venezuelana, sob o argumento de combater o “narcoterrorismo”. Além disso, ofereceu recompensa de até US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O presidente dos EUA também confirmou ter autorizado a CIA a realizar operações secretas para derrubar Maduro, que por sua vez anunciou a ativação integral do plano de defesa nacional diante do que chamou de “ameaças diretas” dos Estados Unidos.
Assessoria/Otávio Rosso/Caminho Político
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